quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A Moura de Algoso

Algoso é uma pequena aldeia perdida nas serranias transmontanas. Diz uma lenda que ainda hoje por lá corre que, no tempo dos Mouros existia nos arredores um bruxo famoso, conhecedor de mezinhas milagrosas e sabedor do passado e do futuro. Vivia num casebre um pouco afastado da povoação, mas nem a pobreza da sua casa, nem o afastamento da mesmo obstavam a que ali acorressem quantos acreditavam nas suas capacidades mágicas ou videntes.



Na verdade, ricos e pobres, de longe ou de perto, todos ali acudiam em busca de cura para os seus males, pedindo filtros de amor ou indagando sobre o que lhes reservaria o futuro.



Em certos dias era uma autêntica romaria. E com tudo isto o bruxo criou fama e proveito de homem rico, apesar de continuar a viver no pobre casebre tentando fazer-se passar por miserável. Entretanto, os cristãos iam avançando na reconquisto de território ainda sobre a dependência dos Mouros e estavam a aproximar-se rapidamente de Algoso. Sabendo disto o bruxo, que não podia prever o seu próprio futuro, calculou que a ocupação cristã não viesse a ser muito demorada e decidiu esconder os seus tesouros, disposto a recuperá-los mais tarde, quando pudesse recuperar o seu oficio.



Assim pensando, escolheu o que poderia carregar consigo, e o restante, as jóias e o ouro, meteu-o num cofre de marfim chapeado a cobre. Feito isto, e como precisava de encontrar um bom esconderijo para a sua fortuna, partiu com o cofre debaixo do braço em demanda do melhor local.



Depois de muito procurar, achou que o melhor sitio era debaixo da fonte de S. João, debaixo das raízes de um enorme e belo chorão que derramava a sua sombra as águas. Pegou numa enxadinha e cavou um buraco apropriado ao tamanho do cofre. Meteu-o lá dentro, tapou-o com terra e disfarçou a obra com folhagem e gravetos.



Terminando o trabalho, levantou-se e olhou em volta. Espantado, viu uma mourinha que, descuidada, descia uma vereda da serra cantando uma velha canção. Convencido que a moura o vira esconder o cofre e estava agora a disfarçando o caso, o bruxo encaminhou-se para ela, olhou-a com uma estranha fixidez, fez uns sinais misteriosos e, recitando certa oração antiga, lançou sobre a menina um encantamento, de tal modo que ela desapareceu no mesmo instante. Casquinhando, esfregou as mãos, pegou nos seus haveres e desandou rapidamente para a floresta, donde nunca mais voltou. A lenda da moura de Algoso foi passando de boca em ouvido, de geração em geração.



A fonte de S. João de resto, continuava ali, lembrando a todos a desdita da mourinha encantada pelo bruxo e desafiando a coragem de quem sonhasse desencantá-la. Uma noite, muito próxima da de S. João, uma rapaz de Algoso que se apaixonara pela história sonhou que via a moura na fonte. Mal acordou, decidiu que, desse lá por onde desse, havia de tentar ver na madrugada de S. João se a lenda era verdadeira. Além disso, como corria se alguém visse a moura nas suas horas felizes lhe podia fazer três pedidos, os quais seriam atendidos, o rapaz achou que, apesar do medo, era talvez vantajoso fazer aquela tentativa. Na véspera de S. João, encaminhou-se para a fonte ainda antes de anoitecer por completo. Procurou um local para se esconder, um local de onde visse sem ser visto, e preparou-se para esperar pela meia noite sem fazer ruído algum. O velho chorão da fonte, já centenário, continuava lançando sobre a água os seus ramos lacrimejantes.



Do outro lado, havia agora um belíssimo roseiral, donde provinha um perfume intenso quando todas as rosas abriam. Chegou a meia noite. De repente o rapaz ouviu uma restolhada vinda das bandas do roseiral. Era uma enorme serpente que, rastejando, se dirigia para a fonte. Aí chegada, mergulhou três vezes. Qual não foi o espanto do moço quando viu aparecer sobre as águas uma menina: a moura da fonte e... mais bela do que tradição contava. A moura saltou com leveza da rocha para o solo e, sentando-se na borda da fonte, começou a cantar uma suave canção que o marulhar da água acompanhava, enquanto ela ia passando um pente pelos seus cabelos loiros. Subitamente, uma corça apareceu vinda da floresta e, sem mostrar qualquer receio, aproximou-se da moura, que a afagou com ternura. A corça, num gesto de agradecimento, lambeu-lhe as babuchas de damasco azul.



Era realmente um espectáculo de beleza que o rapaz jamais esperava encontrar, E, acocorado no seu canto, esqueceu os três pedidos que queria fazer, esqueceu tudo, esqueceu-se até de si mesmo, até que, bruscamente, a moura parou de se pentear, debruçou-se no tanque e desatou num pranto irreprimível. Chorava, talvez, a dor da sua solidão sem fim. Condoído, o rapaz fez um movimento para a consolar, esquecido do que não fosse aquela ânsia de ternura que dele se apoderara. Ao erguer-se, porém, fez estalar sob o corpo os ramos da sebe em que se escondera. A corça embrenhou-se rapidamente no mato e a moura desapareceu subitamente, evolando-se numa névoa sobre a águas da fonte de S. João de Algoso.





Fonte de Luz, (s/d), "A Moura de Algoso", e de Dezembro de 2009, Concultado a 4 de Novembro de 2010 <http://www.fontedeluz.com/?ver=8&id=126> 

Actividade lúdico/cultural


À conquista do Castelo de Algoso
Venha percorrer os antigos caminhos que ligam Atenor a Algoso com a companhia dos burros de Miranda, uma raça autóctone desta região e em vias de extinção.
Aproveite ainda para conhecer o Centro de Recria do Burro de Miranda, em Atenor, visitar uma exposição sobre a raça e antigos usos, e ainda, dependendo da época do ano, acarinhar pequenos burricos nascidos ali.


Duração: 2 dias
Número de pessoas: nº mínimo de participantes - 6 adultos (para números inferiores terá de ocorrer adaptação do preço)
Ponto de partida: Atenor
Ponto de chegada: Valcerto
Dificuldade: Médio (alguns desníveis consideráveis para ultrapassar os pequenos vales). Sempre por caminhos.
Distância: 29 km
Burros: 1 burro/2-3 pessoas
Motivos de interesse: paisagem, cultura, património, fauna, flora
Observações: aconselhável levar binóculos


Preço: Burriqueiro Familiar - 210 €/pessoa
Burriqueiro Campista – 140 €/pessoa
Burriqueiro Aventura – 85 €/pessoa

Dia 0 Chegada e instalação dos participantes.

Dia 1
Desde a aldeia de Atenor, partiremos numa grande aventura tendo como companheiros de viagem alguns exemplares de Burros de Miranda. Passaremos por montes e vales verdejantes, seguindo por caminhos utilizados pelas pessoas locais desde há muitos anos, até atingirmos Vale de Algoso.
Logo um pouco após a saída de Atenor, vislumbraremos o Castelo de Algoso ao longe, espreitando por entre montes salpicados de campos e pombais tradicionais. Passaremos ao lado de Teixeira e seguiremos em fila indiana por um velho carreirão outrora utilizado para chegar de forma mais rápida até Mora (a aldeia vizinha). O carreirão acompanha o Ribeiro do Prado, até atingirmos a Ribeira das Tortulhas. Dependendo da época do ano atravessá-la poderá ser uma aventura!
Deparamo-nos depois com uma subida em zig-zag até Mora onde faremos uma paragem para a merenda e um descanso. Aproveitamos para conviver um pouco com os habitantes da aldeia, fiéis representantes da amabilidade e simpatia transmontana.
O caminho até Uva é curto e sem grandes dificuldades. Logo depois de alguns minutos de caminho, poderemos observar a aldeia dos pombais. Após passarmos as eiras, local onde anteriormente o cereal era trilhado e separado, entraremos na povoação onde tentaremos visitar um dos seus muitos pombais tradicionais.
Seguiremos o antigo caminho até Vale de Algoso, durante o qual atravessaremos o Rio Angueira através de um açude, junto às ruínas de um antigo moinho de água. Após a última subida da jornada, atingiremos Vale de Algoso, aldeia onde as casas antigas de pedra ainda predominam, onde se situa o Turismo Rural - Casa dos Pimentéis. A boa hospitalidade de quem aí mora tornará a sua estadia muito agradável.

Dia 2 Partiremos de Vale de Algoso em direcção a Algoso, por entre caminhos inicialmente rodeados de hortas e mais à frente de matos mediterrânicos, olivais e amendoais. Em tempo de amendoeiras em flor deparamo-nos com uma visão deslumbrante de encostas cobertas de branco com o castelo de Algoso ao fundo.
Após uma visita aos pontos mais emblemáticos da aldeia, subiremos até ao Castelo para usufruirmos de uma ampla vista sobre todo o planalto.
O Castelo situa-se no cimo de uma imponente escarpa sobre o rio Angueira, de onde podem ser observadas águias e abutres.
Passados os momentos de contemplação, seguiremos encosta abaixo até à antiga Ponte Medieval sobre o rio Angueira onde desfrutaremos de um almoço campestre numa das margens, onde poderemos observar cágados, melros-d’água e guarda-rios.

Já da parte da tarde, subiremos até à aldeia de Valcerto através de um caminho em ziguezague que se desenvolve por um bosque de sobreiros centenários.

Sempre com a imagem do Castelo de Algoso como companhia, agora desde uma outra perspectiva, chegaremos a Valcerto onde seremos recebidos pelos seus habitantes, e sempre que possível pelas Pauliteiras de Valcerto.



Contactos: burranco@gmail.com ou 960173863/914093724
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 À descoberta do último rio selvagem


O rio Sabor é um dos últimos rios ibéricos sem barragens. Este factor, associado à elevada diversidade biológica e muito baixa perturbação humana em toda a sua bacia, levou à sua classificação como um dos últimos rios naturais de Portugal. Sobre ele paira a ameaça de construção de uma grande barragem que iria destruir irreversivelmente um património único e de todos nós.
Com este passeio poderá conhecer alguns dos mais extensos e bem conservados azinhais e sobreirais do Nordeste do país, a vegetação do leito de cheia outrora comum à maior parte dos rios e outros habitats incluídos na Rede Natura 2000.
Poderá também acompanhar o voo de várias espécies rupícolas ameaçadas, tal como a águia de Bonelli, a águia-real, o abutre do Egipto e a cegonha-preta, e maravilhar-se com as belas paisagens de um rio, ainda, livre. Embora difíceis de observar, existem numerosas espécies de mamíferos presentes neste vale, e que nos poderão sempre surpreender – lontra, toupeira-de-água, gato-bravo, fuinha, gineta, doninha, javali, corço e lobo, entre outros.
À semelhança do vale do Côa, também aqui poderemos encontrar gravuras rupestres, algumas delas datadas do Paleolítico.
Dependendo da época do ano, poderá ainda usufruir de uma agradável banhoca nas águas do Sabor.

Duração: 2 dias
Número de pessoas: nº mínimo de participantes - 6 adultos (para números inferiores terá de ocorrer adaptação do preço)
Ponto de partida: Sampaio
Ponto de chegada: Ponte de Remondes
Dificuldade: Médio. Sempre por caminhos.
Distância: km
Burros: 1 burro/2-3 pessoas
Motivos de interesse: paisagem, fauna, flora, habitats
Observações: aconselhável levar binóculos

Preço:
Burriqueiro Familiar - 210 €/pessoa
Burriqueiro Campista – 140 €/pessoa
Burriqueiro Aventura – 85 €/pessoa


Para marcações: burranco@gmail.com ou 960173863/914093724 

AEPGA (s/d), "Passeios de burro - 2 dias", s/d, consultado em 4 de Novembro de 2010, <http://www.aepga.pt/portal/PT/144/default.aspx>

Usos e Costumes de Algoso - Bragança - Encomendação das Almas

A “Encomendação das Almas”, uma celebração associada ao culto dos mortos, e que em tempos se fazia na maioria das aldeias transmontanas, continua a ter expressão, todas as Sextas-feiras da Quaresma, a partir da meia-noite, em Algoso, uma aldeia histórica do concelho de Vimioso.
Um pequeno grupo de pessoas da aldeia teima em fazer sobreviver um ritual cuja origem, como a maioria das tradições, se perde no tempo e corre, como tantas, o risco de se perder.
Esta encomendação, que decorre obrigatoriamente a partir da meia-noite, junta lado a lado um pequeno grupo de homens e mulheres, que percorrem, noite dentro, todos os bairros da aldeia para lembrarem àqueles que “já dormem o primeiro sono” que é preciso rezar pelos mortos, que solicitam o auxílio dos vivos para a sua entrada no Paraíso.
Colocados em lugares estratégicos e agrupados num pequeno círculo, entoam um punhado de versos que, a distintas vozes e em ritmo afinado, a que se misturam um tom dolente e sinistro, dão vida às sonoridades de uma melodia que aprenderam dos avós.
“Acorda ó pecador / acorda não durmas mais / olha que se estão queixando / as almas dos vossos pais.” Dizem alguns dos versos das três estrofes de uma canção, que é também um alerta, ensaiada vezes sem conta algumas horas antes da saída, para ajudar a distrair do sono.
Feito com algum secretismo, o cerimonial acontece tardio. “Só vamos quando já todos estão a dormir, para depois os acordarmos e fazer com que aqueles que nos ouvem rezem pelas almas do Purgatório”, explica Ascensão Vicente.
Antigamente, diz Maria da Natividade, “só eram três pessoas, dois homens e uma mulher, e, como fazia muito frio, os homens iam muito tapadinhos, com aqueles capotes de burel”, e percorriam, mesmo às escuras, as ruas enlameadas da aldeia para poder levar a todos os recantos os versos da tradição. “Quando era nova, lembro-me bem de os ouvir da cama e a gente arrepiava-se com aquilo”, recorda Maria da Natividade.

Segundo Alfredo Carvalho, que apesar dos seus mais de oitenta anos ainda acompanha o grupo, “as pessoas que nos ouviam punham também à janela uma candeia ou uma vela acesa”. Hoje “convidam-nos a entrar em suas casas e oferecem-nos uma fatia de bolo, um copo de vinho ou bagaço para afinar a voz, e a gente agradece, porque as noites ainda estão muito frias”, diz Augusto Gouveia.
A rua da lagoa, o tronco, o pelourinho ou o barranco, são alguns dos pontos obrigatórios desta ronda nocturna, que se estende muitas vezes até às duas da madrugada para fazer chegar a encomendação a toda a aldeia.
“Os versos são muito antigos, foram os nossos pais e os nossos avós que no-los ensinaram, porque, desde novos, nos juntávamos a eles e fazíamos por aprender estas coisas”, recorda José Carlos Brinco.
No entanto, receiam que a tradição acabe por se perder, porque, lamenta-se Ascensão Vicente, “ao contrário da nossa, a geração de agora não quer aprender nada disto, os jovens já não põem fé a nada”.
Mas este ritual da “Encomendação das Almas”, que ainda vai sobrevivendo, não o faziam apenas em Algoso, deslocavam-se muitas vezes às aldeias vizinhas, como Vale de Algoso, ou mesmo à vila de Vimioso, “sempre que havia vagar”, conta Augusto Gouveia, que começou a participar nesta tradição aos dezanove anos.
Mas Algoso, que conserva ainda um invejável património arquitectónico, tem outras tradições quaresmais, como aquela que se realiza na Quinta-feira Santa e que leva os mais devotos a visitar todos os lugares sagrados da aldeia.
Cada um dos pequenos santuários é adornado de colchas brancas e flores pelas zeladoras e, ao início da tarde, individualmente ou em pequenos grupos, visitam, uma a uma, todas as capelinhas, num compasso onde as orações são ponto obrigatório. As Igrejas da Misericórdia, S. Roque e S. João são alguns dos santuários da visita, que termina na capelinha da Nossa Senhora do Castelo.


Folclore-online (s/d), "Usos e Costumes de Algoso - Bragança - Encomendação das Almas" ,s/d, consultado em 4 de Novembro de 2010, <http://folclore-online.com/ciclos/quaresma/encomendacao_almas_algoso.html>

Vale de Algoso apaixona “tripeiros”


Meia dezena de famílias sem raízes na região investem nesta aldeia do concelho de Vimioso

Vale de Algoso apaixona “tripeiros”

Basta meia volta por Vale de Algoso, no concelho de Vimioso, para constatar que, além das casas de granito, com as suas varandas típicas, não há nenhum monumento ou património emblemático que se destaque.
Contudo, depois de uma visita mais demorada, a paisagem e o sossego, as tradições e os costumes, aliados às gentes hospitaleiras entranham-se de tal modo que, meia dezena de famílias, sem qualquer ligação à região, decidiram construir habitações nesta anexa de Algoso.
Bento Martins é um “forasteiro” oriundo do Porto que fez de Vale de Algoso a sua “terra natal”, onde até já construiu uma casa. “Conheci esta região por motivos profissionais e, mal vi esta aldeia, apaixonei-me e liguei imediatamente à minha esposa a dizer-lhe que encontrei um lugar de sonho”, recordou o tripeiro.
Depois de anos a hospedar-se na Casa dos Pimentéis, uma unidade de turismo rural local, Bento Martins decidiu comprar um imóvel de traça tradicional, que se encontrava degradado. Recuperou-o, mantendo a tipicidade da arquitectura transmontana, e hoje não passa um mês sem vir a Trás-os-Montes, mais do que uma vez. Tanto assim é que até já é mordomo da festa na aldeia. “Fui criando raízes aqui e, um dia mais tarde, pretendo instalar-se cá definitivamente”, confessa.

Gentes hospitaleiras cativam turistas do Norte do País

A par do sossego, aquilo que mais atraiu Bento Martins foram os habitantes acolhedores e hospitaleiros, que fazem com que qualquer “estranho” se sinta em casa.
“Estas gentes têm uma química diferente de todos os outros transmontanos. São pessoas boas, que dão o que têm, mesmo a quem não conhecem”, sublinhou o nortenho.
Características e qualidades que não deixam indiferentes os turistas que passam pela Casa dos Pimentéis.
“Abrimos em 2000 e recebemos uma média de 50 pessoas por mês sem raízes na freguesia e que, na sua maioria, regressam”, revelou Domingos Pimentel, o proprietário da unidade de turismo rural.
Segundo o empresário, este “fenómeno” criou “uma dinâmica nova na aldeia, que estava moribunda e, com esta gente nova, foi revitalizada”.
Já para o presidente da Junta de Freguesia de Algoso, Luís Manuel, a vinda de novas pessoas tem contribuído para a recuperação da imagem da própria aldeia. “Havia muitas casas degradadas que foram reconstruídas, mas mantêm os projectos tradicionais”, sublinhou o autarca.
Recorde-se que Vale de Algoso tem cerca de 30 habitantes permanentes, mas que em fins-de-semana ou datas festivas a população duplica. 

Canteiro, Sandra (2009), "Vale de Algoso apaixona “tripeiros” ", 15 de Dezembro de 2009. Consultado em 4 de Novembro de 2010, <http://www.jornalnordeste.com/noticia.asp?idEdicao=296&id=13174&idSeccao=2667&Action=noticia>



ALGOSO

Algoso, povoação do concelho de Vimioso, no distrito de Bragança, com 105 fogos em 1530 e 198 em 1940. Outrora vila e cabeça de concelho, hoje em dia quase esquecida, no fundo da planície onde se avistam as serras de Sanabria, Bornes e Nogueira. Nas suas terras muito férteis, colhia-se o trigo, centeio, cevada, azeite e vinho

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Quando, em 1855, foi suprido o concelho, Algoso, tinha Casas da Câmara e da Cadeia, um Monte de Piedade, que fornecia cereais a baixo preço aos lavradores menos afortunados, e uma escola de instrução primária masculina, que já existia em 1836, provavelmente em consequência dos decretos de 6 de Novembro de 1772 e 11 de Novembro de 1773. A Escola feminina foi criada por decreto de 8 de Setembro de 1876.

Algoso sobrevive à história e à Lenda - uma e outra sem demarcação bem definida - pelo trabalho dos homens e mulheres que aí ficaram para um dia "se deitarem no caixão" com a serenidade de quem chega honradamente ao fim de um longo e trabalhoso dia", no dizer de MIGUEL TORGA.


Algoso, com os seus romances de cavalaria, entoados de Sol a Sol nos campos da ceifa, e os seus pauliteiros envelhecidos que ainda cruzam e batem os paus com a violência de uma raiva - pauliteiros dos domingos sem fim, a espantar os Santos de madeira dos andores e as raparigas das procissões do Maio, que são hoje essas mulheres, partindo amêndoas nas soleiras das portas.

(Michel Giacometti, POVO QUE CANTA, 1973)
Publicada por Fernando_MC_Barros em: http://ogalaico.blogspot.com/2010/02/aldeias-galaicas-cap-ii-algoso.html

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ALGOSO, Comendador

Algoso foi concelho até 1855, data em que foi suprimido. Esse espaço geográfico pertence, actualmente, ao concelho de Vimioso. Durante muitos anos ao nome do Comendador de Algoso, andou anexado o de Alcaide Mor. Foram os seguintes, os Comendadores desse antigo concelho: Frei João Borralho nasceu em Algoso e já era mencionado em documentos da Torre do Tombo, em 1538; Frei Gonçalo de Azevedo (1588, 1601 e 1610); Frei Luís de Brito Mascarenhas (1640); Frei António Pereira Brandão (1678); Pedro da Gama e Morais foi Capitão Mor e morreu em 1685; António Pimentel de Morais natural de Algoso, Cavaleiro professo na Ordem de Cristo. Foi eleito Capitão Mor pelo povo. Tomou posse em 19.7.1685, falecendo em 1689. Frei Heitor de Miranda Pinto (1707); Frei Paio de Abreu e Lima (1731); Frei José de Almeida Portugal (1756); Frei Francisco Guedes (1770/1777); Frei Manuel Pereira Coutinho (1791); D. Veríssimo de Lencastre (era Alcaide Mor em 1792); Frei Manuel Pais de Sá (1821 e 1831); Frei Joaquim Pais de Sá; Bento Manuel de Morais Pavão era Capitão Mor em 17.5.1790; João Manuel de Sá Machado foi nomeado Capitão Mor por carta de El Rei D. João VI, de 6.12.1811, em atenção aos serviços prestados e pela impossibilidade de ser seu genro Bento Manuel Pavão (a ser eleito).



In i volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses,
coordenado por Barroso da Fonte, 656 páginas, Capa dura.

Fonte:Notícias do Douro


Aldeia julga ter visto ovni que ateou incêndio


A população de Algoso, Vimioso, ficou assustada, na madruga de sábado, quando viu dois objectos luminosos "vermelho escuro" aparecerem nos céus da aldeia. Pouco depois, um deles desintegrou-se e o outro caiu num lameiro, nas traseiras do cemitério, provocando um pequeno incêndio, que de imediato foi extinto.
Perante a presença do desconhecido, a população ficou em sobressalto e os sinos tocaram a rebate. E as teorias populares variam. Uns presenciaram "um fogo que ardia em círculo e que consumiu uma dezena de metros de mato". Outros não têm dúvidas que viram ovnis, já que, na área ardida, dizem ter visto "um objecto metálico, do tamanho de uma moeda, preso a um cordão que não foi consumido pelas chamas". Outros ainda dizem ter ouvido um barulho "semelhante ao lançamento de fogo-de-artifício, seguido de um intenso clarão".

Maria Olívia Vaz, proprietária de um café na aldeia, diz ter visto duas luzes tão grandes que, quando tentou olhar para elas, ficou "com as vistas afectadas". Receosa que os objectos caíssem em cima de casa, gritou, provocando pânico entre os clientes que se encontravam na esplanada e que presenciavam igualmente o fenómeno. Anabela Martins conseguiu guardar um pequeno resíduo dos fragmentos para "recordação".

Aquela testemunha garante que na cauda da luz viu "um rasto de fumo que foi desaparecendo à medida que se aproximava do solo". Os bombeiros de Vimioso recolheram alguns vestígios, que serão enviados, hoje, para o Observatório Nacional de Astronomia.

Fonte: Algoso Online
em 13-05-2005 07:21