(...) Em Algoso, no dia de Páscoa, os rapazes e raparigas organizam bailes nas eiras, marchando para lá em grupos e aos pares. A rapariga pega um lenço por uma ponta e o rapaz pela outra e levantam os braços formando arco; segue outro par que, passando debaixo do arco anterior, se coloca à sua frente, em arco por idêntico teor e assim todos os mais até que o primeiro frica no último e passa debaixo do seguinte e da mesma forma os outros, cantando sempre:
I
Ai que se embarca!
Ai que se embarca o meu coração!
Tu és a causa, tu és a causa,
Tu és a causa desta paixão.
II
Pega o Lenço, limpa o teu suor,
Cara delicada, meu lindo amor.
III
Joguei a tenda, está bem jogada,
Foi na batota, fiquei sem nada.
Também na ocasião da Páscoa costumam jogar o cântaro com uma vasilha de barro, formando para isso uma fila e arremessando o cântaro de diante para trás; porém, como aquele que o atira não pode ver o que lhe fica atrás, nem sempre calcula bem o golpe, o cântaro não é apanhado, cai ao chão, quebra-se, e o inábil que o deixou cair tem de apresentar outro, no meio de grande algazarra dos mirones. (...)
ALVES, Francisco Manuel; AMADO, Adrião Martins. Vimioso. Notas monográficas. Coimbra: 1968.
ALVES, Francisco Manuel; AMADO, Adrião Martins. Vimioso. Notas monográficas. Coimbra: 1968.
Sem comentários:
Enviar um comentário