(...) No Vimioso dividem o vinho em três categorias:
1.º Quotiescunque - vulgar, que se bebe e mija logo.
2.º Gloriari - sofrivel, regular, vai servindo.
3.º Noli me tangere - bom, que trepa facilmente.
Na mesma terra há ainda quem lhe acrescente uma quarta categoria que é:
Solis presbiteris - fino, palheto, estomacal, diurético, aromático, transparente, cor de rubim ou cereja vermelha, madura.
A lenda popular explica as fases da borracheira pelo simile da ovelha, leão, porco e macaco, com o sangue dos quais o diabo estrumou a primeira vinha plantada por Noé.
Assim o vinho, em quantidade suficiente, alegra ternamente com a mansidão da ovelha, um pouco mais e surgem os rompantes leoninos, que levam tudo à Valentona. Mais outro pouco e vem a dormideira do porco. Continuando nas libações, brotam os esgares e saltitações simiescas.
Em Algoso dividem as fases beberrónias em quatro partes, de forma original, e são:
1.º O bêbado está vestido de Anjo.
2.º O bêbado tem asas pequenas.
3.º O bêbado tem asas grandes.
4.º O bêbado sangrou a vitela (quando vomita).
Na mesma terra chamam lampião ao que frequente a taberna para beber à custa dos outros sem pagar. (...)
ALVES, Francisco Manuel; AMADO, Adrião Martins. Vimioso. Notas monográficas. Coimbra: 1968.
ALVES, Francisco Manuel; AMADO, Adrião Martins. Vimioso. Notas monográficas. Coimbra: 1968.
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