domingo, 30 de janeiro de 2011

Romanceiro da Província de Trás-os-Montes

Recitada por Clementina da Ascensão Afonso, de 47 anos de idade, Algoso (c. de Vimioso), 31 de Julho de 1980


Alta vai a lua, i-alta mais que o sol ao meio-dia;

mais alta ia a Senhora quando p'ra Belém ia.

S. José ia atrás dela cantando a avé-maria.

S. José foi buscar lume porque a noite estava fria;

quando S. José voltou já a Virgem estava parida.

Os anjos perguntaram como ficou Maria.

- Maria ficou bem, na sua céldora metida.



Fontes, Manuel da Costa; Fontes, Maria-João Câmara (1987), " Romanceiro da Província de Trás-os-Montes (distrito de Bragança), Volume 1". Acedido a 30 de Janeiro de 2011, http://books.google.com/books?id=ylMixz_LcREC&pg=PA695&dq=Algoso&hl=pt-br&ei=MphFTevCKMbzsgbn6Yy7Dg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CDkQ6AEwBDgK#v=onepage&q=Algoso&f=false



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Rota dos castelos e igrejas

Nesta época em que o tempo anda farrusco, que tal um passeio num destes fins-de-semana por uma rota de castelos e igrejas do interior norte do país? Bora lá!

Miguel Rodrigues, da Direcção Regional da Cultura do Norte, é o nosso guia neste roteiro de algumas centenas de quilómetros, mas que valem bem a pena.

A sugestão é começar pelos castelos de origem medieval ao longo da raia nordestina, até pela importância que tiveram na "fixação e protecção das populações junto à fronteira".

Em Freixo de Espada à Cinta existe um centro histórico "muito bem conservado, que tem uma igreja manuelina notável e uma torre que é o que resta da antiga fortaleza".

Mogadouro é o próximo passo, pois conta com a ruína de um castelo que pertenceu à Ordem do Templo. Muito próximo encontra-se o Castelo de Penas Róias que permite "uma vista fantástica pelo planalto mirandês".

Continuando a subir em direcção a Bragança é o Castelo de Algoso, em Vimioso, que impõe a paragem. "De todos é talvez o mais interessante. Está situado num penedo e muito bem conservado". Na povoação existe um centro interpretativo.

Segue-se Miranda do Douro para ver a Sé e as antigas muralhas. Já ali existiu um castelo mas foi "destruído no século XVIII numa explosão resultante de uma guerra entre Portugal e Espanha".

Chegados a Bragança é imperativa uma visita à cidadela fortificada e à Domus Municipalis, "edifício de carácter românico e com utilização civil mais antigo na Península Ibérica".

Miguel Rodrigues não se esquece de sugerir também a visita a castelos e vilas amuralhadas no Douro, como é o caso da de Ansiães (Carrazeda de Ansiães) e da de Numão (Vila Nova de Foz Côa).

"São anteriores à nacionalidade, têm grandes muralhas e foram abandonadas nos séculos XVII e XVIII. No entanto ainda têm as fortificações bem conservadas e as igrejas que existiam no interior".

No planalto de Numão também chama por si o Castelo Velho, que embora tenha esta designação é um sítio arqueológico com mais cinco mil anos e que é um testemunho da fixação das primeiras pessoas naquela região, depois de abandonarem uma vida nómada.

O Castelo de Penedono e as igrejas matrizes de Torre de Moncorvo e Foz Côa são igualmente imperdíveis.

Turismo histórico a crescer

Miguel Rodrigues acredita que o número de visitas a este tipo de património tem tendência para aumentar. Mas será uma espécie de "turismo familiar", feito de carro, por famílias inteiras ou casais entre os diversos pontos.

Até porque estão em construção novas estradas que vão facilitar o acesso. Considera ainda que toda a região de Trás-os-Montes e Alto Douro é também "muito interessante" em termos paisagísticos e gastronómicos, havendo uma série de vilas que "merecem ser visitadas" por outros aspectos além do património histórico.

Pinto, Eduardo (2011), "Rota dos castelos e igrejas", 07 de Janeiro de 2004. Acedido a 27 de Janeiro de 2011, http://www.jn.pt/VivaMais/Interior.aspx?content_id=1750381&page=-1