sexta-feira, 15 de abril de 2011

Dia de Monumentos e Sítios - 18 de Abril - Algoso



   No próximo dia 18 será realizada, na aldeia de Algoso, em Vimioso, um percurso pedestre por vários monumentos da mesma aldeia. Será visitado o seu Castelo, a ponte de Algoso e, finalizando o percurso, os participantes poderão descansar, assim como o fizeram milhares de peregrinos a caminho de Santiago, na Fonte de Mergulho da capela de S. João. Pelo meio poderão observar uma paisagem única que nesta época primaveril se receste de cor. Após aa visita ao último monumento será servido um pequeno lanche aos participantes que realizaram a inscrição. 


SONS&RURALIDADES 2011 - Vimioso



Festival de Ecologia, Artes e Tradições Populares

sábado, 9 de abril de 2011

Caminho de Santiago por Algoso






Algoso era ponto de passagem obrigatório para os romeiros que percorriam o Caminho de Santiago.
Rica em estórias e património, Algoso é, também, conhecida pela Fonte Santa, na Capela de São João. Seria aí que, em tempos idos, os romeiros que percorriam o Caminho de Santiago lavavam os pés e descansavam antes de continuarem viagem.

http://algoso.bragancanet.pt/content/view/57/1/lang,pt/


Explore o "outro" Caminho Português de Santiago, que se desenrola na zona nordeste do país, passando por várias Aldeias Históricas e também pelo fascinante Parque Natural do Douro Internacional. Propomos-lhe uma semana de caminhada que combina paisagens deslumbrantes com toda a carga cultural deste caminho de peregrinação. Entre as muitas pitorescas aldeias que visitará,
Algoso e o seu imponente castelo merecem um destaque especial. Em Algoso poderá lavar os seus pés numa fonte usada há séculos pelos peregrinos que se dirigem a Santiago de Compostela.

http://www.apecate.pt/pt/feed/actividades_dos_associados/3331-Actividades-A2Z-ADVENTURES-Outubro-2010.txt


De Castelo Rodrigo para Norte, o caminho avançava em duas vias convergentes, por Almendra, Castelo Melhor, Vila Nova de Foz Côa, Pocinho, Torre de Moncorco (Adeganha e Urros) Carvalhal e Carviçais, ou então, por Escalhao, Barca de Alva , Freixo de Espada a Cinta, rumando então, pela mesma via, para Mogadouro, derivando depois por Algoso ou por Santiago, Urros e Miranda do Douro, até nova unificação em Vimioso, seguindo depois para Bragança, Vinhais e Chaves.

http://valecoadouro.lac.pt/index.php?action=rub_aff&rub_id=54&page_id=172

Ordenanças de Algoso










Tipo: Capitania-mor


Governo Militar: Trás-os-Montes

Comarca: Miranda

N.º de Companhias: 4

Pertença: Coroa

Terra: Concelho





Capitães: João António Rodrigues, capitão-mor



Outros oficiais :
  • Francisco Pires Padrão, sargento-mor
  • Manuel Bernardo, ajudante [1831]

    Dados estatísticos

    Data Fogos Habitantes Recrutas
    1798 885

    35
    1801

    3.339

    2001

    2.099


    Designação

    Capitania Mor de Algoso

    Histórico

    Concelho formado em 1801 por dezanove freguesias. Onze freguesias foram integradas noutras, dando origem a oito freguesias. Extinto durante as reformas do início do Liberalismo, as actuais freguesias pertencem aos Concelhos de Miranda do Douro (2), Mogadouro (3) e Vimioso (3)

    Fontes



    Almanaque das Ordenanças referido ao 1.º de Março de 1831..., Lisboa, Na Impressão de Manoel Joseph da Cruz, 1831;
    A População de Portugal em 1798. O Censo de Pina Manique, Paris, Fundação Calouste Gulbenkian, 1970
    Nuno Gonçalo Pereira Borrego, As Ordenanças e as Milícias em Portugal, Subsídios para o seu Estudo, vol. I, Lisboa, Guarda-Mor, 2006
    Atlas. Cartografia histórica, integrado no Memo. Caminhos da Memória - Informação Histórica
    Wikipedia. A Enciclopédia livre

Mouras e Tesouros Encantados em Algoso









Num sítio chamado Fornos, em Algoso, há uma fonte onde vivia uma moura encantada que, certo dia, apareceu a uma boieira prometendo-lhe imensas riquezas, se a desencantasse. Para tal, bastava que não se assustasse quando ela lhe aparecesse à hora aprazada em figura de touro bravo, em jeito de querer escorná-la, ou de serpente a trepar por ela acima para a beijar.A rapariga prometeu mas, quando da investida da serpente, fugiu. A moura desapareceu, lastimando-se: -“Ai que me dobraste o encanto!”
É sempre assim, as mouras lá estão, e os tesouros também, mas ninguém se atreve a desencantá-los. Os que o prometem e falham, dobram o encanto às solitárias mouras encantadas.
Também noutra fonte do sítio da Terronha, há outro encanto sob a forma de cordão de ouro. Já uma vez foi visto por uma mulher que começou a dobar, a dobar nele e, quando já não podia mais, entendendo que já tinha riqueza suficiente para si, filhos,  netos e bisnetos, cortou o cordão. Imediatamente, tudo desapareceu e a mulher ficou sem nada.
 

Heráldica de Algoso



Brasão:Escudo de verde. Castelo de ouro, lavrado, aberto e iluminado de vermelho, entre dois ramos de amendoeira de prata, floridos de ouro; em chefe, cruz da Ordem de Malta: em ponta, fonte heráldica. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: «ALGOSO».

Castelo de ouro: Representa o castelo de Algoso que tinha como principal objectivo vigiar a fronteira com Leão. 

Cruz da Ordem de Malta: Representa o facto de Algoso ter sido uma comenda da ordem de Malta ou do Hospital, e como cabeça da "Terra" ou distrito medieval de Miranda, ter pertencido a vila e o seu castelo à Ordem do Hospital. 

Dois ramos de amendoeira de prata: Representa a beleza natural da freguesia, assim como a agricultura, actividade base da economia local e na qual se destacam entre outras, a produção de amêndoa. 

Fonte heráldica: Representa os rios Maçãs e Angueira, assim como as fontes da freguesia, entre as quais se detacam as fontes romanas. 

Coroa mural de prata de quatro torres: Representa o titulo de Vila por via dos forais de 1480 de D. Afonso V e de 1510 de D.Manuel I.

sábado, 2 de abril de 2011

Tomada de posse do Bailio, Chanceler e comendador de Algoso

Para se avaliar o poder que os freires da Ordem e Milícia da Sagrada
Religião de S. João Baptista do Hospital de Jerusalém, vulgo de Malta, tinham
na comenda da vila de Algoso bastaria atentarmos no quadro descrito no auto
de posse, datado de Outubro de 1681, em que o reverendo Manuel de Araújo
de Afonseca representou, na qualidade de seu feitor e procurador bastante,
Frei António Correia e Sousa, Balio, Chanceler e comendador de Algoso. Com
efeito, antes de se dirigir à igreja de S. Sebastião, orago da matriz, passou pelo
castelo desta vila onde decorreu um cerimonial de claro significado para os
contemporâneos :


«ahi tomou o dito procurador posse delle fichando e abrindo as portas
do dito castello cujas chaves ficarão na sua mam e loguo fomos a igreja
matriz desta villa cuja capella mor lhe pertence e nella tomou taobem
posse abrindo o miçal e tomando as gualhetas e tomando outrossim
posse de todos os ornamentos que ao dito fidalgo pertencem e assim se
lhes deu posse de tudo o mais que ao dito comendador pertence como
são tulhas e rendas».



A posse da matriz, significando igualmente a posse sobre as igrejas que
lhe eram «aneixas e filiais», tinha uma consequência directa: todos os
sacerdotes que nelas exerciam o múnus pastoral deviam ser apresentados pelo
comendador. Mas a estas havia ainda que acrescentar as abadias da Senhora
da Assunção de Travanca, de S. Pedro de Sendim, S. Pedro de Silva, Santa
Olaia de Cércio que «em solidum erão do padraoado desta villa de Algozo e
apresentação dos comendadores delia do tempo emmemoriavel sem contradição de pessoa algua
».

Para todas as igrejas da comenda se passaram a escrito os encargos do
comendador e dos seus fregueses. Ainda que neste campo se possam assinalar
algumas variações, merece a pena evidenciarmos as obrigações de maior
significado que, em 1684, o comendador tinha para com a igreja de S.
Sebastião de Algoso e em que:


«por custume antiguo ememoriaes estava o venerando comendador
obriguado todo o necessário para ademnistração dos sacramentos
sacrário e ornatos retaballo da cappella maior comcerto da samchristia
de hua parede e todo o tecto doze arratez de sera hua lampa [sic] com
sua luz aseza continuadamente na cappella maior corenta mil reis ao
reverendo reitor seis ao reverendo cura quoatro alqueires de triguo e
dois almudes de vinho para as missas».



Como as obrigações pressupõem direitos, anotem-se as rendas que ao
comendador competia receber:


«as três partes dos dismos desta villa e sua reitoria de todos os frutos e
criaçoens e as imprimas todas em solidum e que os quoartos dos
dismos pertencia ao Ilustríssimo bispo de Miranda ».



Sendo útil referir que em relação directa com a reitoria e com a
comenda da vila de Algoso se podiam contar dezoito igrejas de outras tantas
povoações valerá igualmente a pena acrescentar que a religião de Malta era
titular de muitos direitos e propriedades em quase todas as povoações do
bispado de Miranda. Uns e outras foram objecto de registo, medição e
demarcação no século XVII e novamente em 1707 uma vez que, de acordo
com os Estatutos da Religião de Malta, o comendador - nesta altura Frei Heitor
Pinto de Miranda - tinha obrigação de fazer Tombo com uma periodicidade
de vinte cinco anos para, desta forma, se evitarem usurpações e se trazerem
com boa organização os bens da Ordem.



Rodrigues, Luís Alexandre, 2001, "De Miranda a Bragança: arquitectura religiosa de função paroquial na época moderna", Volume I, Dissertação de Doutoramento em História de Arte apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Rota da Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta



 Uma ligação a visitar: http://www.storyboard.pt/malta1/

Teatro em Algoso

Percorrendo Trás‐os Montes, em 1962, em busca de moinhos que lhe espicaçassem o imaginário para se abalançar a uma película sobre o pão, em
que de há muito vinha cogitando, cerca da Curalha, fixou‐se o cineasta cristão
Manoel de Oliveira em três cruzes de rústica madeira, simetricamente coloca-
das à beira de uma estrada. Inquirindo a sua razão de ser, foi informado de que,
naquela aldeia, iria, uma vez mais, ter lugar uma representação popular do Auto
da Paixão, de Francisco Vaz de Guimarães, discreto dramaturgo português de
quinhentos, e de que os intérpretes seriam os próprios habitantes da região.1

1. Tais representações têm‐se sucedido ainda nos séculos XX e XXI, só me tendo sido possível recolher uma informação muito lacunar. Em Teatro Popular Mirandês (Instituto de Desenvolvimento Social, Lisboa, 2002), Valdemar da Assunção GONÇALVES, citando diversas fontes, dá‐nos conta de espectáculos em Ifanes (1903), em Caçarelhos (1939), em Algoso (Vimioso), em Genísio e em Duas Igrejas (1948), declarando possuir cópia de texto de 1956 recolhida em Caçarelhos. Em Teatro Popular Português. Trás‐os‐Montes. I Religioso (Braga, Pax, 1968) Azinhal ABELHO referira representações em Moimenta, Duas Igrejas, Curalha e Bustelo, localidade onde assistiu à função do casco cujo texto recolheu. Uma simples pesquisa na Internet põe‐nos ao corrente de repetições em 2005 (Bustelo) e 2006 (Fatela, Santo António de Monforte e Sonim‐Valpaços)

A Oração No Horto: um Auto quinhentista e suas recuperações, Via Spiritus 14 (2007) 91-108