quinta-feira, 4 de novembro de 2010

ALGOSO

Algoso, povoação do concelho de Vimioso, no distrito de Bragança, com 105 fogos em 1530 e 198 em 1940. Outrora vila e cabeça de concelho, hoje em dia quase esquecida, no fundo da planície onde se avistam as serras de Sanabria, Bornes e Nogueira. Nas suas terras muito férteis, colhia-se o trigo, centeio, cevada, azeite e vinho

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Quando, em 1855, foi suprido o concelho, Algoso, tinha Casas da Câmara e da Cadeia, um Monte de Piedade, que fornecia cereais a baixo preço aos lavradores menos afortunados, e uma escola de instrução primária masculina, que já existia em 1836, provavelmente em consequência dos decretos de 6 de Novembro de 1772 e 11 de Novembro de 1773. A Escola feminina foi criada por decreto de 8 de Setembro de 1876.

Algoso sobrevive à história e à Lenda - uma e outra sem demarcação bem definida - pelo trabalho dos homens e mulheres que aí ficaram para um dia "se deitarem no caixão" com a serenidade de quem chega honradamente ao fim de um longo e trabalhoso dia", no dizer de MIGUEL TORGA.


Algoso, com os seus romances de cavalaria, entoados de Sol a Sol nos campos da ceifa, e os seus pauliteiros envelhecidos que ainda cruzam e batem os paus com a violência de uma raiva - pauliteiros dos domingos sem fim, a espantar os Santos de madeira dos andores e as raparigas das procissões do Maio, que são hoje essas mulheres, partindo amêndoas nas soleiras das portas.

(Michel Giacometti, POVO QUE CANTA, 1973)
Publicada por Fernando_MC_Barros em: http://ogalaico.blogspot.com/2010/02/aldeias-galaicas-cap-ii-algoso.html

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